Como se não bastasse o mau momento vivido pelo time - ou talvez por causa disso - as notícias sobre discussões, "rachas" e outros que tais proliferam de forma assustadora pelo ceu nublado da Ressacada. Eu, de longe, estava apenas assistindo a essa onda de problemas mais ou menos como faço com a maré alta que insiste em atravessar a ponte do Carianos a cada massa de ar polar que chega por essas bandas.
Mas hoje pela manhã, ao ler a entrevista do Marcinho Guerreiro minha avaianidade falou mais alto. Não dá mais pra ficar quieto esperando a hecatombe azul e branca acabar com os sonhos acalentados por tanto tempo. Não assim, sem ao menos espernear.
Poucas vezes, em meus mais de quarenta anos de paixão pelo Avaí, vi alguém vestir nosso manto sagrado com tanta dignidade quanto Marcinho. Era nítida sua doação a cada vez que envergava no peito o escudo
avaiano. Os relatos de vê-lo chorando após uma derrota ou feliz como criança após as vitórias se proliferam na internet como os maruins em noite de lua cheia (quem é mané de verdade sabe do que estou falando). E, não obstante essa dedicação e os serviços prestados ao clube, Marcinho é banido do grupo que liderava, sem maiores explicações. Foi colocado para treinar com os juniores, como se sua presença atrapalhasse algum plano maior.
E os autores dessa heresia são "profissionais" recém-chegados ao clube com a missão de resgatá-lo da iminente destruição. Será que a liderança e vontade de Marcinho incomodavam? Será que ele era um empecilho para o que pretendem fazer com o nosso Avaí? Segundo Gustavo Mendes (o famoso quem mesmo?), o caso foi uma "atitude isolada de Marcinho". Queriam o que, que ele visse o monte de m* e ficasse quietinho, esperando o fim? Não Marcinho, não o Guerreiro que nos acostumamos a ver em campo.
Se já não havíamos engolido as saídas de Émerson Nunes e George Lucas, essa de agora foi a gota d'água. É hora de unirmos os verdadeiros avaianos em torno do clube. E quando falo em "verdadeiros avaianos", não me refiro àqueles 300 que foram assim denominados pelo Presidente do clube (embora naquele grupo houvesse alguns nessa condição), tampouco aqueles que se dizem apaixonados pelo clube mas se rendem a todas as barbaridades feitas pela Diretoria azurra, escrevendo o que lhes é mandado em blogs chapa-branca. Também não estou falando daqueles que vendem suas almas em troca de pasteizinhos ou de um lugar nos belos camarotes da outrora sufocante Ressacada.
A hora é daqueles que torcem DE VERDADE pelo Avaí, que são avaianos independente da cor dos olhos do Presidente ou de quem está à frente do time. É hora de mobilização, de discussões, de ações que expulsem das nossas linhas esses lobos travestidos de cordeiros (ou Gallos) que vão afundar ainda mais o clube de nosso coração. É hora de fazermos um Avaí de Marcinhos Guerreiros, que mesmo não estando bem tecnicamente superam suas limitações pela disposição e pela doação ao clube que os emprega. Vamos todos, Marcinhos de todos os cantos, juntos em prol do objetivo maior. Ao invés de expulsar os Guerreiros, vamos chamá-los, onde quer que estejam para expulsar a corja que insiste em se alojar na Ressacada.
Por um Avaí de Marcinhos Guerreiros é meu brado, quase um pedido de socorro de um avaiano que está cansado de levar porrada e ver seu clube ser dilapídado sem a menor cerimônia por estranhos. Chega de desmandos, chega de decisões equivocadas, chega de estranhos mandando aqui. Queremos nosso Avaí de volta, com pessoas de caráter e personalidade à sua frente.