Postado por: Felipe Matos novembro 20, 2009

Ontem o blog do Guto fez uma denúncia séria e que pouco repercutiu diante da sua importância. O Guto recebeu uma reclamação de um avaiano amigo seu, chamado Sandré, cadeirante, dizendo que a sua tia, ao tentar estacionar o carro na vaga destinada aos deficientes, foi impedida por seguranças terceirizados contratados pelo Avaí. O Segurança disse que para estacionar na vaga tinha que apresentar a "carteirinha".

A dúvida que fica é: que "carteirinha" é essa? E que leí estaria citando o referido segurança ao exigir "carteirinha" para automóveis com portadores de deficiência estacionarem na vaga que foi uma conquista sua, como cidadãos? A cadeira de rodas de Sandré não fala por si? Ainda segundo o blog do Guto esta não é a primeira vez que algo parecido acontece e que ele mesmo já reclamou com a diretoria do clube, o que não impediu a cena inusitada do último domingo.

Vale lembrar que acessibilidade aos cadeirantes é lei e deve ser respeitada. A lei estabelece normas e critérios para promoção de acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, mediante a supressão de barreiras e de obstáculos nas vias e espaços públicos, no mobiliário urbano, construção e reforma de edifícios e nos meios de transporte e de comunicações entre outros.

Quero crer que foi um fato isolado, fruto do desconhecimento e da falta de sensibilidade do tal Segurança, afinal, apesar de ainda engatinhar nesse sentido, o Estádio Aderbal Ramos da Silva é uma referência estadual em acessibilidade. Se acham que estou exagerando, basta pensar nos estádios dos demais times catarinenses e perceber que, se ainda falta bastante coisas na Ressacada, estamos sim na frente de muita gente.
Aliás, recentemente a Ressacada foi citada como exemplo na Câmara dos Vereadores de Chapecó pelo vereador Itamar Agnoletto ao solicitar que seja instalado um elevador para cadeirantes no Estádio Regional Índio Condá, a futura Arena Condá de Chapecó, que já iniciou e tem uma arquibancada nova em uso para cinco mil pessoas.
Para Itamar Agnoletto a futura Arena Condá não pode prescindir de um elevador destinado aos cadeirantes. Segundo ele é preciso aproveitar a reforma que está ocorrendo para instalar um elevador, como forma de dar mais conforto, acesso rápido e segurança também as pessoas portadoras de necessidades especiais e que necessitam de uma cadeira de rodas para se locomoverem.
O vereador lembra que acessibilidade aos cadeirantes é lei e deve ser respeitada, citando que na Ressacada existe esse elevador e poderia servir de exemplo para Chapecó. Contudo, apesar do elevador, seja na Ressacada, no Índio Condá ou em qualquer outro estádio brasileiro, ainda é muito comum ver cadeirantes sendo levado nos braços por amigos, familiares ou mesmo torcedores que já estão no local.


Posso estar enganado, mas o elevador da Ressacada é restrito ao pessoal da imprensa e das duas sociais, não? Aos cadeirantes das arquibancadas, felizmente há as rampas de acesso (sem degraus), mas quem não tiver alguém que os carregue arquibancada acima, tem que disputar espaço no parapeito. Também não há banheiros adequados para deficientes no Setor B, que é o que freqüento. Há vagas no estacionamento destinadas aos deficientes, mas como o exemplo do Sandré demonstrou, não adiantam se eles não puderem estacionar. Lembrando que acessibilidade não é favor, é direito, e o que Sandré e os demais cidadãos com mobilidade reduzida buscam é somente respeito. Questões importantes que devem ser levadas em consideração nas próximas reformas de nosso Templo Sagrado.

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