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Archive for maio 2012

Da filial do Corinthians à filial da Tombense e vice-versa.

O torcedor é o principal interessado no sucesso do seu Clube, portanto é o principal fiscal dele. É até admirável a pressão enorme que está sendo exercida por torcida e imprensa sobre o Avaí Futebol Clube por esclarecimentos acerca das novas parcerias do clube. Ainda que longe do ideal, disso transformar-se em influência real no Clube, é salutar. Não fosse o assunto "parceria" algo novo nos clubes de Florianópolis, principalmente naquele da praia do cagão.

No meio avaiano, seja nos blogs, nas redes sociais e nas ruas, a palavra "parceria" é o assunto mais comentado, de longe.  No Avaí, enquanto são colocadas em pauta aquelas que a imprensa já ventilou - leia-se grupo Maria Almeida, SONDA, DIS e Corinthians - também é comentada a situação da antiga parceria com a LA Sports. Salutar. O torcedor, portanto o Avaí, precisa disso. Ele pressiona, ele quer saber, e isso é o que a imprensa vai atrás. Parece, no entanto, que no outro lado da ponte isso não é julgado necessário.

A soberba que reina no outro lado da ponte é benéfica ao Avaí, no longo prazo. A imprensa não pressiona a fachada de grife da Tombense porque simplesmente não é pressionada a fazê-lo. Enquanto estar na elite do futebol brasileiro for uma desculpa na boca de cada um deles, o suficiente para acharem serem os melhores de Santa Catarina, ninguém questionará o que está por vir no futuro. 

Fiscalização é aquela coisa unânime no mundo do futebol: parece que ninguém gosta. No continente, foi levada à sério com o famoso café-com-brócolis. Foi e é bom para quem faz usufruto das artimanhas dos contratos.

Por aquelas bandas, não se cogita chamar o estreitense de filial da Tombense, como se falou à boca pequena sobre filial do Corinthians por aqui. Questionar os ganhos envolvendo transações de jogadores, lá? Não... Lá não se ouve sequer comentar sobre nada sobre letras envolvendo o PPP - sejam elas de compromissos e dívidas herdados pelos alvirosados do Estreito. 

Aliás, é difícil aceitarem que ele não foi de fato tirado: fez uma proposta para não ser aceita. O orgulho deles é dizer "nós tivemos coragem de assumir sem ele." Resuma-se o "nós" deles por um investidor sedento e um empresário do mundo da bola esperto. Aí, então, as barbies multicolores, que tremem diante do Leão da Ilha, principalmente no salão de festas da praia do cagão, estarão à deriva. Arrisquem-se a negar.

O sonho de todo avaiano deveria ser ler isto e pensar: "quando Zunino sair - e hei de sair de uma vez por todas - aqui não será assim." Só que será. A menos que cuidemos do Avaí. Poderemos e seremos, então, naturalmente hegemônicos em todos os sentidos. O principal acionário do Clube será você.

Os linguarudos.

Não basta querer a vitória. Tem que pedir sempre um algo mais quando se veste a camisa do Avaí, a nossa raça.

Não basta querer a vitória e a nossa raça. Ela tem que vir convincente, com um time ajustado, coeso, que jogue bem. Afinal, todo mundo sabe que aos trancos e barrancos não existe regularidade suficiente para o sucesso. Jogar assim até o final de um campeonato é a receita para, pelo menos, não cair. Não é coisa de quem almeja a Série A de volta. Mas, se o barco estiver afundando, que fique ao menos a nossa raça

Não basta querer a vitória, a nossa raça e um bom time. O respeito ao torcedor tem que vir em primeiro lugar quando o Clube age, o estádio tem que ser bom, os banheiros precisam ser limpos, as bebidas dos bares precisam estar geladas e o preço dos produtos precisa ser justo.

Não basta querer a vitória, a nossa raça, um bom time e um Clube que respeita o torcedor. Tem que dar opinião, dar seu pitaco, a sua parcela de ajuda racional a um Avaí que nunca deixou de habitar o coração, mas também a cabeça.

Institua-se uma nova classe de corneteiros. A dos linguarudos. Aqueles que, como se já não bastasse querer a vitória, a nossa raça, um bom time, um Clube que respeita o torcedor e dar o seu pitaco, tem que alimentar tudo isso a cerveja, boa comida e bons amigos.

Muita coisa boa pra cuca e pra língua.

Sempre valeu a pena.

Tenho um apreço especial por jogos do Avaí contra o São Caetano. Não sei bem explicar o porquê. Só sei dizer que, se estivesse em Floripa amanhã, iria ao jogo lembrando daquela Série C, não tem? Também teve jogo contra eles em que até o Arlindo Maracanã marcou. Como esquecer disso? Mas poderia ser contra qualquer adversário, eu vou sempre que posso - mesmo quando não posso.

Só que perdi parte dos amigos que me acompanhavam na Ressacada até o final de 2008, tão fieis quanto eu. Não puderam ou não quiseram continuar pagando e, de certa forma, compactuando com a nova política de preços que fora adotada em nosso templo. 

Parei também de pagar por um bom tempo, mas acabei voltando - justamente no ano da queda. Ter parado de pagar não tinha nada a ver com os resultados do time, tinha mesmo é com o clima elitista do nosso estádio - calado, quieto, frio. Não animava. 

Mas a dependência de Ressacada clamou mais forte. Voltei no ano da queda de volta à Série B, após 10 meses com a sensação de estar separado do Avaí. Entendo quem não tenha voltado.

A situação hoje, no entanto, é melhor. Podemos não ser o time mais qualificado da Série B. Nem termos o maior orçamento. Mas temos, sem dúvida alguma, capacidade para subir. Para isso, vencer em casa, sempre, é fundamental. Por não ser o melhor, muito menos o mais rico, o Avaí precisa do seu torcedor.

Você pode voltar à Ressacada, por preços justos. Com um time com sangue nas veias em campo, com uma torcida que está vendo novamente a chance de voltar à elite e animada com a volta de hegemonia no Estado.

O Avaí voltará para a Série A, com mais força se você estiver ao lado dele. Volte, também.

Levanto a questão porque estava a ler na Conselharia o excelente post da Kk de Paula, que já está tocando a bola a partir opinião do amigo Adriano Assis - um cara com quem se pode contar para tomar uma gelada até mesmo as 8 da manhã num sábado, mas tem na linha de pensamento sua melhor qualidade.





Sim, eu também sou da Conselharia Azurra.

 No princípio, tudo era o caos. Éramos um grupo de avaianos espalhados pelos parapeitos e cadeiras azuis da Ressacada. Torcíamos, vibrávamos e corneteávamos sem nos conhecer. Até que um começou a conversar com o outro na comunidade do Avaí no Orkut, começaram a se seguir no Twitter, ficaram amigos no Facebook, começaram a trocar e-mails dando opiniões sobre tudo e sobre todos que envolvem o clube e, um belo dia, resolveram marcar de assistir um jogo do Leão na casa de alguém.

Cervejinha vai, comidinha vem, o grupo começou a aumentar e, então, veio a ideia: por que não criarmos um grupo assim, organizadinho, pra ver os jogos do Avaí, fazer uma comida, tomar umas geladas, ouvir um som, chamar mais gente? E eis que surgiu a Conselharia Azurra, cujo objetivo é reunir a galera pra assistir os jogos e bater um papo descontraído e inteligente.

E por que raios esse nome? Porque, além amantes de comida e cerveja, somos um bando de gente cheia de opiniões, de soluções para todos os problemas e de conselhos os mais diversos para dar sobre tudo que envolve o Avaí. Nosso símbolo é um Einstein linguarudo, que representa a nossa (suposta) sabedoria e irreverência.

Quer saber como faz pra fazer parte da turma? Basta estar vivo, respirando, ser avaiano e mandar e-mail para contato@conselharia.com.br com seu nome e dizendo se prefere Zenon, Marquinhos ou Adílson Heleno. Simples assim!

Eu já faço parte dessa turma boa de copo e de mesa... Até farei um comentário mais alongado mais tarde. Ninguém vai querer perder isso, garanto!



Os pontos que não fecham nesta parceria.

Ontem tentei sintetizar, em linhas gerais, o que pôde ser absorvido sobre a parceria com um grupo estrangeiro que Zunino proclamou aos 4 ventos. Mas alguns pontos simplesmente não fecham. 

Se o próprio Presidente afirmou que os parceiros do Avaí não teriam ingerência no Clube, "somente" uma forte fiscalização para que haja uma boa administração, só posso acreditar que ele omitiu o fato de que, para o DIS e o SONDA pudessem dar preferência ao Avaí nos negócios, seria necessário que Marcelinho Paulista fosse o diretor de futebol do Clube. Isso, no mundo corporativo, é muito comum: tentar garantir o seu investimento. Mas onde entra a parceria nisso, não sei dizer.

A segundo parte que não fecha é o ponto levantado por Filipe Calmon, repórter do Infoesporte, sobre a chegada de um português para a comissão técnica - isso teria a ver com o DIS e o SONDA ou com o a parceria do grupo estrangeiro?

A terceira parte, enfim, diz respeito sobre como os futuros patronos do Avaí esperam o retorno do dinheiro investido no clube. Investimento é algo que necessariamente exige retorno. Ninguém seria bobo de investir 30 milhões de reais por ano num clube sem grande exposição na mídia nacional pensando somente na publicidade.

Estas questões não fecham e até mesmo contradizem o Presidente. Mas ele é o Presidente 180º, tudo o que fala vai em direção contrária. Cautela sempre é pouco. Resta ao torcedor esperar por mais detalhes e principalmente por barulho no Conselho Deliberativo.

Um rascunho da parceria.

Juntando os cacos de informações que se encontram nas mais diferentes fontes jornalísticas, já é possível fazer um rascunho da parceria que o Avaí está para firmar com um grupo estrangeiro.

A princípio é um bom negócio. O tal grupo, ainda não revelado, deve entrar com investimentos 35 milhões de euros por 3 anos, ou seja, cerca de 12 milhões de euros por ano - cerca de 30 milhões de reais. Mas, claro, todo investimento precisa ser retornado. Aí, entram alguns pontos.
  1. O Clube precisa manter uma gestão exemplar - o que começa pela ISO recentemente conquistada;
  2. Um profissional - ou aspirante a - português deve ser indicado para a comissão técnica. É um homem bem relacionado com os investidores e possui a ambição de ser técnico de futebol.
  3. As portas dos grupos DIS e SONDA automaticamente estarão abertas. São os mesmos grupos que detêm o passe de Neymar, Ganso e outros craques do futebol brasileiro. Pertecem ao mesmo dono, mas possuem CNPJ diferentes. O mecanismo que abriu as portas dos grupos para negociações preferenciais com o Avaí ainda não imagino qual seja, mas Marcelinho Paulista está aí para assegurar estas relações.
  4. O retorno comercial que o grupo estrangeiro, que aparentemente não tem ligação com DIS e SONDA, até onde é possível entender, pretende ter está relacionado a divulgação de suas marcas. O investimento inicial é alto e o retorno de exposição seria provavelmente baixo. Seria. O Avaí é um forte aspirante à elite nacional e estará bem relacionado com gigantes do futebol, assim como está bem relacionado com o principal meio de comunicação de Santa Catarina - a RBS. 
Já há muito tempo João Nilson Zunino fala sobre uma parceira com um grupo estrangeiro no Avaí. E ele não falava do avião russo. Isso foi de uns 2 anos para cá. Os pontos começam a se ligar quando se colocam todos aqueles acima juntos.

O grupo estrangeiro precisa de exposição para suas marcas para compensar o investimento no Avaí. Para isso, acima de tudo um clube bem gerenciado é fundamental. Para um time forte em campo, que chame atenção da mídia, entra a parceria com DIS e SONDA. Aí entra também Marcelinho Paulista e talvez o português, que ainda não encaixei no contexto. Para a divulgação das marcas internamente, no início de tudo, entra a RBS. 


Se a parceria, assim desenhada, mantiver o Avaí independente, precisando seguir somente diretrizes de grandes empresas, vejo como o maior negócio da história do Clube. Um passo gigantesco para o crescimento do Avaí no cenário nacional. Se for como idealizada, claro. Com compromissos assinados e tudo formalmente acertado. A esperança, afinal, é a última que morre.


Tem de haver algum sentido.

Nem bem completamos dois dias de título e Carlos Arini está oficialmente fora do Avaí, com Marcelinho Paulista assumindo, para fazer o elo de ligação entre o Clube da Ilha e o Corinthians de São Paulo. Com direito a revolta dos jogadores, os campeões, interrompendo a coletiva de imprensa para declarar seu apoio a "Carlito". Inédito, inacreditável e até agora desafiador: qual a lógica do negócio?

Nada disso foi muito absurdo, considerando de quem veio. Não custa lembrar: enquanto Gustavo Mendes estava no Avaí em 2011, Arini já atuava nos bastidores desde metade daquele ano. Até não é surpreendente o resultado da coletiva dos jogadores após a "reunião de emergência" de portas fechadas com o mandatário do Leão - Arini deve sim continuar sendo homem de confiança, atuando no clube por trás das cortinas.

Pelas declarações do Presidente 180º, aquele que fala exatamente o oposto da verdade - para não dizer que mente descaradamente, a chegada de Marcelinho Paulista parece uma imposição para que seja viabilizada a chegada de alguns jogadores encostados no gigantesco elenco do clube alvinegro. O quanto isso custará futuramente ao Avaí, ninguém ousa sequer cogitar ainda. Ainda mais quando nada disso cheira bem. Só resta esperar as cenas do próximo capítulo.


A saga de um título inesquecível.


Dissessem para qualquer avaiano, antes da queda de Mauro Ovelha, que seu time seria campeão em cima do Figueirense e ainda por cima jogando o fino da bola, o bom mané (provavelmente mané) responderia com um sorriso irônico de canto de boca. Como quem responde a um deboche, com um “filha da puta” entoado mentalmente.

Não que alguns não acreditassem no título. Esse negócio de acompanhar o Avaí mesmo que todas as esperanças tenham acabado tem algo de peculiar. Porque talvez seja até errado dizer que, para um avaiano, todas as esperanças possam acabar. Se tudo der errado, sobrará a raça, pelo menos. Só imagino este motivo, esta crença na histórica raça do Avaí que faz côza, forte o suficiente para fazer muito doido ir a Ibirama, Camboriú, Brusque e outros pequenos estádios e cidades ver um time que não mostrava algo parecido com futebol em momento algum. Também tinha o fator hegemonia, claro. Mas não lembro de alguém citá-lo, com aquele troço que se via quando o Avaí corria no gramado. Só podia ser pela crença de ver o Avaí fazer côza na base da raça. Tenho dito. E dito isso, continuemos.

Chegaram os reforços, encabeçados por Cleber Santana, mas o time continuou jogando algo entre “porra nenhuma” e “o mesmo que nada”. Enfermidade sofrida desde 2011, de um Avaí que não encontrou intimidade com a bola desde aqueles tempos. Mas ela veio, a tal qualidade veio, na queda de Ovelha e pelas palavras e pelo trabalho de Hemerson Maria e Emerson Nunes. Daí para ver o Avaí vencendo novamente, com uma torcida atuante e vibrante nas arquibancadas, não foi necessário muito. Não é necessário oferecer bananas a macacos nem pedir apoio da torcida do Avaí – foi só jogar as bananas, digo, o futebol, e o apoio veio, forte e pulsante, a empurrar o Avaí. Com direito a um créu parcial no time do Estreito e uma invasão histórica a Blumenau, com belíssima vitória.

Mas foi na etapa seguinte do campeonato que as loucuras que só o coração avaiano sente começaram a pulsar mais forte. Para mim, ao menos. Não que ir a Ibirama ver o Avaí levar virada e ser humilhado pelo time de Delfinzinho não tenha sido loucura. Foi. Mas nada se comparou a ir para Chapecó na esperança de ver o Avaí quebrar um tabu de 1 ano e meio e vingar minha última derrota naquelas terras – aquele 3x1 na final de 2009.

Ouvi ontem do “Seo Adir”, como chamo o pai do Adir Junior, um sonoro “SEU FILHO DA PUTA! NÃO QUERO TE VER MORTO” pela loucura de subir na moto domingo pela manhã, ainda com os lábios roxos do vinho da noite anterior, o estômago revirado, tonto e com 3 horas de sono somente, e seguir na cola do golzinho do Felipe Silva até Chapecó. E voltar, no mesmo dia (noite, na verdade), num frio de encarangar urso polar. No momento em que subia na moto rumo a Chapecó, ouvia meu inconsciente dizer para a insanidade: “isso é coisa de maluco, mas tem gente que gosta”. Ouvi o mesmo depois do jogo, aliás. Não tenho o dom de Hemerson Maria, de sentir seu avô dizer que vai dar tudo certo. Só tenho um manto azul e branco com um escudo do Avaí. Bastou para fazer a primeira loucura verdadeiramente louca deste campeonato.

Depois de Chapecó, nada mais parecia insano de se fazer. Não tivessem acabado os ingressos para a torcida do Avaí no grande clássico final do campeonato com uma rapidez absurda. O Felipe e o Seo Adir bem tentaram, chegaram 5:30h da manhã, mas a loucura já havia movido outros corações avaianos até as bilheterias. Tadinho, o Seo Adir na comemoração do título ainda ostentava na careca as queimaduras que o sol lhe deu de presente na fila para comprar os ingressos.

Restou-nos entrar no estádio do Estreito da única maneira que era segura: com uma camisa do rival, no setor rival, e assistir ao jogo caladinho, quem sabe até corneteando o juiz – porque, afinal, juiz ruim nem pra roubar serve, ele simplesmente é ruim. Os amigos avaianos decidiram tentar ficar juntos no estádio. Não deu certo, mas não vem ao caso. Eu fiquei com outros amigos, alvinegros, num setor mais tranquilo. Imaginem a cara de alegria deles por me ver (sendo sufocado) usando aquele pedaço de pano. Antes mesmo do jogo começar, já vi o Avaí comemorar a vitória do Clássico das categorias de base. Bom prenúncio.

Quando o aspira de coveiro Ygor errou o primeiro movimento dele no jogo, tocando a bola para o nosso Robinho logo no segundo passe do Nojeira no jogo, vi que algo conspirava para nós. Mais um bom prenúncio. Com 5 minutos de primeiro tempo ainda, o aviso final de que esse campeonato não nos fugiria: Leandro Silva matou de três dedos um bagão que a defesa adversária deu pra cima. Deu de primeira, de três dedos, naquela bola que fazia disputa com a gravidade até instantes atrás, e acertou um toque magistral para o companheiro ao lado. Plenamente consciente da jogada. O Avaí seria campeão de qualquer jeito, cravei, quieto, claro, mentalmente.

Enfim, assisti ao jogo inteirinho da maneira como descrevi: quieto, calado, batendo palmas nos cantos da torcida deles (quando cantavam, de vez em nunca) e reclamando dos erros do juiz.

Apreciando, à distância, o espetáculo que a torcida de azul e branco dava, cantando os 90 minutos quase completos, quase esquecendo-se de dar um descanso no intervalo do jogo. Era engraçado e cômico o fato de eu estar ali, vendo aquilo, sem sequer dar pinta de estar apreciando aquele show, aquele jogo com a melhor trilha sonora que já pude presenciar – geralmente eu tô lá cantando também, seus ixtepô. Engraçado e cômico também era o Avaí fazer gol e eu xingar o time do rival junto com os torcedores rivais. “Essas porras sempre ganham da gente aqui agora, caralho, time filha da puta, amarelão!” Era desse nível pra baixo que eu xinguei. E eles acompanhavam o coro da corneta.

E assim foi, até o final, a torcida deles ensaiava alguma agitação e imediatamente era calada por um “EI, FIGUEIRA, VAI TOMAR NO CU!”, absorvido com chutes nas cadeiras e reclamações de “cornos, desgraçados, fazendo festa aqui de novo” pelo povo ao lado. Durante esses momentos abdiquei de ver o jogo para poder rir internamente, de cabeça baixa.

Até a festa do Avaí tomar contornos apocalípticos, para a torcida deles. A massa azulibranca começou a cantar “Mamãe, eu quero, mamãe, eu quero! Mamãe, eu quero mamar! Dá a chupeta! Dá a chupeta! Dá a chupeta pro bebê não chorar” para o lateral do time deles, que se acabava em choro após belíssimo gol do Laercio Carreirinha. O mesmo Carreirinha, que de contestado passou a fundamental para o time na reta final do campeonato, fez um gol no time do Estreito, em pleno Scarpelli, que de tão humilhante nos faz até esquecer que aquilo foi em um time que jogará a Série A.

Antes do término do jogo, vendo que seria montado o palco da premiação virado para o setor oposto ao meu, decidi ir embora e evitar maiores confusões caso fosse reconhecido ali. Só ouvi da rua que o time deles fez um gol. Mas não tinha jeito, “só” faltavam mais 4 para eles. Fui ver a festa de cima, de um apartamento, na companhia dos amigos avaianos que foram expulsos do estádio – mas isso não vem ao caso, novamente - e vi o bairro do côcô-irmão explodir em foguetes e comemoração de avaianos que ali residem e por anos, certamente, quiseram fazer isso onde moram. Abaixo de nós, o cortejo fúnebre.

Não sei qual foi a maior loucura da minha vida até hoje. Estas que compartilho com vocês são somente algumas. Mas estou aí para fazer outras, se a raça avaiana apresentar-se novamente com tanta categoria e classe. Comemorarei no Koxixo’s, como sempre, e final do ano estarei lá de novo. Se a raça quiser.


Carreata é tradição.

"Quem é contra a carreata deve ter, no máximo, 30 anos. E também não ter acompanhado a saga pelo acesso em 2008 e a preparação para a final do estadual de 2009. Nos anos 70, havia carreata nas manhãs de domingo antes de todos os jogos importantes. Em 2008, teve umas três carreatas antes dos jogos decisivos, na reta final. E em 2009, teve uma carreata em direção ao treino dos 5 mil. Em todas elas, não havia arrogância, soberba e nem oba-oba. Apenas espírito de união e incentivo pela e para a nação avaiana. E sempre deu sorte..."

Roberto Costa, no blog Elite Azul & Branca.

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