O torcedor é o principal interessado no sucesso do seu Clube, portanto é o principal fiscal dele. É até admirável a pressão enorme que está sendo exercida por torcida e imprensa sobre o Avaí Futebol Clube por esclarecimentos acerca das novas parcerias do clube. Ainda que longe do ideal, disso transformar-se em influência real no Clube, é salutar. Não fosse o assunto "parceria" algo novo nos clubes de Florianópolis, principalmente naquele da praia do cagão.
No meio avaiano, seja nos blogs, nas redes sociais e nas ruas, a palavra "parceria" é o assunto mais comentado, de longe. No Avaí, enquanto são colocadas em pauta aquelas que a imprensa já ventilou - leia-se grupo Maria Almeida, SONDA, DIS e Corinthians - também é comentada a situação da antiga parceria com a LA Sports. Salutar. O torcedor, portanto o Avaí, precisa disso. Ele pressiona, ele quer saber, e isso é o que a imprensa vai atrás. Parece, no entanto, que no outro lado da ponte isso não é julgado necessário.
A soberba que reina no outro lado da ponte é benéfica ao Avaí, no longo prazo. A imprensa não pressiona a fachada de grife da Tombense porque simplesmente não é pressionada a fazê-lo. Enquanto estar na elite do futebol brasileiro for uma desculpa na boca de cada um deles, o suficiente para acharem serem os melhores de Santa Catarina, ninguém questionará o que está por vir no futuro.
Fiscalização é aquela coisa unânime no mundo do futebol: parece que ninguém gosta. No continente, foi levada à sério com o famoso café-com-brócolis. Foi e é bom para quem faz usufruto das artimanhas dos contratos.
Por aquelas bandas, não se cogita chamar o estreitense de filial da Tombense, como se falou à boca pequena sobre filial do Corinthians por aqui. Questionar os ganhos envolvendo transações de jogadores, lá? Não... Lá não se ouve sequer comentar sobre nada sobre letras envolvendo o PPP - sejam elas de compromissos e dívidas herdados pelos alvirosados do Estreito.
Aliás, é difícil aceitarem que ele não foi de fato tirado: fez uma proposta para não ser aceita. O orgulho deles é dizer "nós tivemos coragem de assumir sem ele." Resuma-se o "nós" deles por um investidor sedento e um empresário do mundo da bola esperto. Aí, então, as barbies multicolores, que tremem diante do Leão da Ilha, principalmente no salão de festas da praia do cagão, estarão à deriva. Arrisquem-se a negar.
O sonho de todo avaiano deveria ser ler isto e pensar: "quando Zunino sair - e hei de sair de uma vez por todas - aqui não será assim." Só que será. A menos que cuidemos do Avaí. Poderemos e seremos, então, naturalmente hegemônicos em todos os sentidos. O principal acionário do Clube será você.