Postado por: Rafael VE fevereiro 21, 2014

Se algo me incomoda desde o ano passado é a passividade do Avaí quando não tem a posse da bola. O que não chega a ser um problema muito grande quando se domina o jogo a maior parte do tempo, mas encoraja os adversários a chegar na nossa meta. Na linguagem da velha crônica esportiva, o Avaí é um time que joga e deixa jogar. Não deve ser mais.

Paulo Turra, aquele que não teve influência nenhuma na vitória no clássico, está tentando impôr uma filosofia de jogo diferente. O time agora tem que jogar e encurtar os espaços do adversário, com todos os 11 exercendo um papel de marcação. 

Na teoria, é lindo. Na prática, dificílimo. Contra o Brusque, o Avaí perdeu no fôlego. Chegou ao final do segundo tempo se arrastando. Para jogar como o novo comandante quer, precisaria ter um dos melhores preparos físicos do Brasil. Como diz Guardiola, o melhor do mundo: 
- Nós corremos muito. Este é o primeiro passo. Só então podemos jogar bem.
Mas há alternativas para a falta de preparo físico. Uma delas foi marcante para o futebol mundial e especialmente para mim. Jamais esqueci. Em 2010, o Uruguai foi longe na Copa do Mundo com uma estratégia de jogo absolutamente espetacular: os ataques em onda

Não lembro ao certo em que jogo foi, nem se era uma estratégia do time durante toda a copa, mas no jogo em que assisti funcionou de maneira soberba. O técnico Oscar Tabárez, sabendo das dificuldades físicas do elenco, optou por fazer o time inteiro avançar, encurtar os espaços e não dar alívio ao adversário regularmente, a cada 20-25 minutos. Durante o tempo "de descanso", os uruguaios se fechavam no campo de defesa, precisando correr menos, evidentemente. Não era o simples "só sair na boa", era muito diferente. 

É a única maneira que o Avaí teria, hoje, para adotar um futebol total como o pretendido por Paulo Turra. Duvido muito que consiga. 



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