Monstruosidades estratégicas como as de hoje irritam profundamente. Não falo de convicções próprias, de opiniões divergentes, de filosofias de jogo do nosso treinador, o maior vencedor de nossa história. O que me deixou assustado foi a capacidade de insistir no erro, de ignorar o que se vê a um palmo de distância há inúmeras rodadas.
Silas tinha a oportunidade de modificar a estrutura do time, que vinha jogando num 5-2------------------------1-2, mas não abriu mão de seus três zagueiros. Pior: sacou um volante e iniciou o jogo com um meio-campo absurdamente desprotegido, com apenas Marcinho na contenção. Apostou, denovo, por um time sem meio-de-campo. A coisa só não ficou pior por causa da escalação de um jogador com vocação ofensiva para a ala direita.
Novamente, o Avaí vencia pela fragilidade de seu adversário, um dos piores do mundo, e pela individualidade de seus jogadores, oitenta vezes melhores que os marcilistas.
Quando Dadá marcou o gol do time soro-positivo, todavia, evidenciou-se a incapacidade da formação do time avaiano, bem como escancarou-se a miopia estratégica de que atualmente padece Silas. Com o tento sofrido, o Pastor, ao ver seu time ser amassado por um conjunto de estivadores, escolheu por sacar seu atacante mais agudo, botando Fabiano, e, como se não bastasse o retalho cometido, substituiu Spellmaier pelo inócuo Gustavo. Seu miolo de zaga, entretanto, permaneceu incólume.
Após tais substituições, foi um show de horrores. Com um abismo na meia-cancha, vimos lances em que o Marcílio tinha 4 jogadores livres iniciando ataques no meio-campo. E por eventualidade não tomamos esse time semi-amador e sofremos a eliminação precoce desse torneio sub-varzeano.
Enfim, tirou um zagueiro e pôs Evando. Mas, a essa altura, o time, desmontado, jogava no 11-11-11.
Obviamente, como foi contra o Ipatinga, somente lampejos de nossos jogadores poderiam nos salvar em meio ao caos. E foi numa cagada ímpar que Marquinhos, aos 50', marcou.