Postado por: Felipe Matos
setembro 08, 2009
Das coisas que odiamos no futebol está o vocabulário limitado de alguns ditos comentaristas esportivos. Se o jogador é ridicularizado por só saber falar "
Vamos tentar fazer o que o professor mandou para, se Deus quiser, ajudar meus companheiros a conseguir os três pontos", muitos dos ditos comentaristas não ficam muito atrás.
Um dos clichês muito em moda na crônica esportiva é o tal "
Nó Tático". O Guto Atherino já abordou o assunto no
blog De Canhota. "Nó Tático" tem alguns significados: 1) o técnico é tão bom que não entendi o que ele fez; 2) o jogo foi normal mas sou incompetente e não consigo descrever; ou, ainda, 3) o jogo foi o samba do crioulo doido, mas como tal time venceu, considera-se que deu um "nó tático" no adversário.
O "nó tático" poderia ser conhecido também como "
esquema-tático incapaz de ser descrito por comentarista de vocabulário restrito". Grosso modo,
nó tático é primo do comentarista
nó cego. Costuma-se dizer que Nó Tático ganha jogo, mas é pouco provável.
Abelardo Bainha ainda se lembra daquele jogo de 1947 =>
O último registro de um Nó Tático decisivo foi num jogo válido pelo campeonato carioca de
1947, quando o
Canto do Rio bateu o Bangu por 1 a 0, aos 47 do segundo tempo, num gol de cabeça em impedimento do centroavante
Abelardo Bainha, marinheiro da capitania dos portos que por sua habilidades profissionais recebeu a alcunha de Nó Tático.
Para evitar constrangimentos, sugerimos que uma edição atualizada do
Dicionário Aurélio traga a seguinte definição para
Nó Tático:
Substantivo futebolístico composto que designa o esquema-tático do time que fez mais gol do que o time adversário.