Há ainda dois caras aqui que eu não quero deixar de lado: Evando e Marquinhos.
O autor do primeiro gol do título, daquele épico gol de bicicleta contra o Corinthians, do golaço de canhota contra a Ponte Preta, da estreia com gol, dos 5 ou 6 jogos marcando sem parar após estrear? Antes de tocar na bola já havia sofrido todo tipo de ofensa, disseram os cornetas: "o tempo do Evando já passou. Esse cara é um mercenário, agora que estamos bem ele volta..."
Para eles, Evando provou exatamente o contrário e fez história na campanha do acesso de 2008.
No Campeonato Catarinense, rendendo abaixo do esperado, mas ainda assim sendo artilheiro da equipe, Evando marcou um dos gols do título, o primeiro, o mais importante. Mas o mais interessante aconteceu após aquela confusão com pseudo-torcedores. Evando foi à público mostrar porque é um ídolo: porque tem sangue correndo nas veias. Com declarações duras, nosso homem dos gols iluminados mostrou que se algo que não falta a ele é vergonha na cara.
Já o Marquinhos... Esse eu não quero comentar. Não quero, não quero, não quero: vou acabar chorando ao lembrar de tudo que esse homem passa e tudo que ele faz em campo. Já recebeu moeda como protesto, foi chamado de mercenário e pipoqueiro, amarelão, mas continua nos dando alegrias e, agora, lesionado, um título após 11 anos, comendo a bola como poucos conseguem nesse Brasil.
Sobre o Silas, aquele que veio para "esquentar banco pro Zetti", vou deixar para o Fernando falar sobre.
Pronto, já tenho fatos suficientes para que qualquer corneta desta nação azurra saiba que tudo que um jogador precisa para ser avaliado é tempo: tempo para pegar ritmo, para aprimorar-se. Nem todos são como o Evando, que chegam comendo a bola, ou como o Batista, que demora um ano para se firmar no time, mas é inegável:
crítica destrutiva nunca ajudou ninguém a chegar a lugar nenhum.Há casos de caras que nunca aprenderão a jogar bola, mas nós temos provado que nossa parceria não é de trazer desse tipo de pedra no sapato.É ultrajante, vergonhoso que nossos ídolos continuem sofrendo contestações. A Argentina pode ser um lugar um tanto repugnante, mas na tradição da bola eles são imbatíveis: uma vez ídolo, sempre ídolo. Imagina se o Evando faz tudo que fez pelo Avaí em um time de lá? Não é tarefa difícil:
VOCÊ JÁ VIU COMO OS TORCEDORES DO SAN LORENZO IDOLATRAM O SILAS.Ninguém gostaria de ser xingado em seu trabalho, você, torcedor, continua sendo uma pessoa ao estar na arquibancada. Ali você não está imune à moral, assim como o jogador em campo ainda é, acima de tudo, um homem.
A cornetagem ultrapassa os limites do respeito.Voltando aos dias atuais:
De todos os contratados até agora, um dos mais contestados foi o Ricardinho, 33 anos, que já chega sob a alcunha de ser velho, abaixo dos que já estão aqui, chegaram ao absurdo de buscar um lance bizonho dele cobrando um escanteio e baseados nisso cornetaram ainda mais a chegada dele. Um detalhe: garanto que mais de 90% não lembra dele jogando realmente.
É a cultura da cornetagem... Minha dúvida é se um dia deixaremos de ser assim: eu já deixei.
Ah, e não é por nada, não: mas
se fosse para avaliar jogador pela qualidade dos escanteios, o Marquinhos seria o quê para nós?Espero que reflitam sobre,
Abraços.