Postado por: Rafael VE maio 07, 2009

Final de estaduais, começam as especulações, as efetivas contratações, algumas despedidas... E tudo isso mais fomentado ainda pela notícia fresquinha de que o jogador que fizer um jogo por uma equipe não poderá mais atuar naquela divisão do Brasileiro por outro time.

E o Avaí com isso? Bom, o Avaí anunciou nos últimos dias algumas contratações e nenhuma despedida efetiva até agora: com certeza tem sido uma semana movimentada na Ressacada.
Logo mais comento sobre quem chegou, mas no momento não é nisto que quero focar agora, o que me intriga é: nosso torcedor ainda não aprendeu a confiar no planejamento do clube? Será que já não passa da hora de perdermos essa cultura tão arraigada no Brasil da crítica infundada, da falta de respeito entre jogador-torcedor? Para mim, já está mais na hora do que parar de criticar somente por criticar todos os jogadores que chegam ao Avaí.
Vamos aos fatos, responda você mesmo a estas perguntas:
Desde que a parceria LA Sports chegou ao Avaí, ela nos trouxe verdadeiras pérolas, jogadores excepcionais que poucos enxergariam disponíveis no mercado.
Você lembra do Vandinho antes de aportar no sul da Ilha? Queria eu ter estatísticas para saber quantas eram as chances do gol dele por gol. Nunca vi jogador que se posicionasse tão bem, que estivesse tantas vezes na cara do gol. Se o meio-campo ajudava, Vandinho correspondia se desmarcando como ninguém, protegendo a bola como poucos. Sagrou-se artilheiro do Brasil com a camisa do Leão, para depois ir ao Flamengo novamente se apagar e agora está no Sport fazendo gol de classificação na Libertadores.
Vandinho vibrando com mais um gol pelo Avaí

Busque fundo na sua memória: quem era o Válber antes do Avaí? Aquele reserva da Portuguesa... Estes vídeos falarão por mim:


E o nosso ídolo Batista, o pulmão de ferro, exemplo de raça, inteligência, de toque de bola? Antes colocado como meia-ofensivo, sofreu todo tipo de crítica, depois, recuado, demorou a pegar ritmo, mas depois... O M.A.L, junto com todos aqueles que dão importância ao que ele fala, tiveram que engolir: nosso eterno capitão calou a boca de todos os críticos, vestiu a braçadeira e a camisa do Avaí como poucos, fez da raça o coração e a vontade e saiu daqui como UNANIMIDADE após nos dar o acesso.
Batista

Há ainda dois caras aqui que eu não quero deixar de lado: Evando e Marquinhos.
O autor do primeiro gol do título, daquele épico gol de bicicleta contra o Corinthians, do golaço de canhota contra a Ponte Preta, da estreia com gol, dos 5 ou 6 jogos marcando sem parar após estrear? Antes de tocar na bola já havia sofrido todo tipo de ofensa, disseram os cornetas: "o tempo do Evando já passou. Esse cara é um mercenário, agora que estamos bem ele volta..."
Para eles, Evando provou exatamente o contrário e fez história na campanha do acesso de 2008.
No Campeonato Catarinense, rendendo abaixo do esperado, mas ainda assim sendo artilheiro da equipe, Evando marcou um dos gols do título, o primeiro, o mais importante. Mas o mais interessante aconteceu após aquela confusão com pseudo-torcedores. Evando foi à público mostrar porque é um ídolo: porque tem sangue correndo nas veias. Com declarações duras, nosso homem dos gols iluminados mostrou que se algo que não falta a ele é vergonha na cara.

Já o Marquinhos... Esse eu não quero comentar. Não quero, não quero, não quero: vou acabar chorando ao lembrar de tudo que esse homem passa e tudo que ele faz em campo. Já recebeu moeda como protesto, foi chamado de mercenário e pipoqueiro, amarelão, mas continua nos dando alegrias e, agora, lesionado, um título após 11 anos, comendo a bola como poucos conseguem nesse Brasil.
A dupla histórica do Avaí

Sobre o Silas, aquele que veio para "esquentar banco pro Zetti", vou deixar para o Fernando falar sobre.

Pronto, já tenho fatos suficientes para que qualquer corneta desta nação azurra saiba que tudo que um jogador precisa para ser avaliado é tempo: tempo para pegar ritmo, para aprimorar-se. Nem todos são como o Evando, que chegam comendo a bola, ou como o Batista, que demora um ano para se firmar no time, mas é inegável: crítica destrutiva nunca ajudou ninguém a chegar a lugar nenhum.

Há casos de caras que nunca aprenderão a jogar bola, mas nós temos provado que nossa parceria não é de trazer desse tipo de pedra no sapato.

É ultrajante, vergonhoso que nossos ídolos continuem sofrendo contestações. A Argentina pode ser um lugar um tanto repugnante, mas na tradição da bola eles são imbatíveis: uma vez ídolo, sempre ídolo. Imagina se o Evando faz tudo que fez pelo Avaí em um time de lá? Não é tarefa difícil:
VOCÊ JÁ VIU COMO OS TORCEDORES DO SAN LORENZO IDOLATRAM O SILAS.

Ninguém gostaria de ser xingado em seu trabalho, você, torcedor, continua sendo uma pessoa ao estar na arquibancada. Ali você não está imune à moral, assim como o jogador em campo ainda é, acima de tudo, um homem. A cornetagem ultrapassa os limites do respeito.

Voltando aos dias atuais:
De todos os contratados até agora, um dos mais contestados foi o Ricardinho, 33 anos, que já chega sob a alcunha de ser velho, abaixo dos que já estão aqui, chegaram ao absurdo de buscar um lance bizonho dele cobrando um escanteio e baseados nisso cornetaram ainda mais a chegada dele. Um detalhe: garanto que mais de 90% não lembra dele jogando realmente.
É a cultura da cornetagem... Minha dúvida é se um dia deixaremos de ser assim: eu já deixei.

Ah, e não é por nada, não: mas se fosse para avaliar jogador pela qualidade dos escanteios, o Marquinhos seria o quê para nós?

Espero que reflitam sobre,
Abraços.

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