Ao contrário do que disse o
blog oficial da diretoria avaiana (aquele que some quando o Avaí enxota os sócios da Ressacada para arrendá-la para a RBS e reaparece quando o time vence 4 seguidas querendo dar uma de esperto), a
Nota Oficial lançada ontem pelo Avaí não esclarece todos os fatos.
Basta ler com
inteligencia a nota: ela diz claramente que o Avaí não autorizou e não autoriza a utilização do escudo oficial ou foto do presidente para a veiculação de campanha eleitoral. Diz ainda que tomará as providências necessárias para coibir o mau uso de seus símbolos ou vinculação equivocada de seu nome.
Mas, em momento algum "tudo foi esclarecido", afinal, como o candidato teve acesso aos endereços dos sócios avaianos? A nota não faz menção ao fato e não diz que buscará descobrir o responsável. Logo, imagino que a diretoria não esteja preocupada com o sigilo dos dados que eu, como sócio do Avaí, forneci apenas ao Avaí Futebol Clube.
Não acredito que a diretoria avaiana tenha a cara de pau de simplesmente fornecer os endereços dos sócios ao candidato e não tenho motivos para duvidar disto, mas de alguma forma os endereços foram violados: foi alguém de dentro do clube? Foi a Avaistore? Foram os sócios com débito em conta bancária? Foram os sócios com débito na conta de luz? Foi do cadastro de alguma parceira comercial do Avaí?
Alguém forneceu e num local sério o fato seria investigado. O Avaí, se for sério, não se omitirá na investigação - como se omitiu na Nota Oficial. No entanto, o mais provável é que o assunto morra por aqui, afinal, não devem ser feridas sociabilidades com políticos em época de Copa do Mundo e duplicação da Diomício Freitas, não é mesmo?
Falta de inteligência é acreditar que o torcedor avaiano não tem capacidade de discernir o que acontece ao seu redor. Aliás, esse é o principal erro da diretoria avaiana em 2010 e que o seu blog oficial reproduz: achar que o torcedor é um estúpido levado por qualquer meia dúzia de palavras, como na última reunião entre a diretoria avaiana e torcedores avaianos, um teatrinho de quinta categoria capitaneado por Tullo Cavallazzi Filho, Nerto Laudelino e Nilton Macedo Machado, que insistiam a todo momento em tirar os seus da reta.
Já disse que não concordo com o Rafael, mas também não posso concordar com quem vive reclamando da RBS mas se cala quando o Avaí arrenda estádio traindo os sócios, quando faz de Paulo Brito um convidado de honra, quando jornalista amiguinho de Podcast chama jogador de "safado" e agora finge não ter ouvido. E no final da história sempre quer se passar pela imaculada voz da razão, menosprezando vozes destoantes.
A minha opinião é que como o assunto morrerá por aqui, cada avaiano - que não são um bando de idiotas, como querem fazer parecer - terá que ter a sua opinião sobre o assunto e defendê-la como bem achar melhor. Há menos idiotas nas arquibancadas do que imagina certa parcela avaiana que se acha "elitizada" e cujo ego acredita que um blog é o farol da salvação das bestas.
Acharam que os "avaianos sem inteligência" engoliriam toda e qualquer ação da diretoria em nome do "Vamô, vamô Avaí" e se deram mal. Querem se fazer de sérios e donos da razão, mas se calam quando conveniente. Querem bancar os santos, mas não escreveram uma linha quando a diretoria avaiana foi conivente com desmandos recentes da FCF, como o escândalo dos sorteios das arbitragens. Adora crucificar Silas, mas se cala quando o Avaí faz o mesmo com o Duque de Caxias.
Dizem que "não é fácil fazer futebol em Florianópolis". Com certeza não é. Mas, fica mais difícil quando os "elitizados" julgam que a plebe rude é burra e incapaz de perceber os jogos de poder dos bastidores.
Se não há como entrar no jogo sem sujar as mãos, fica melhor apenas silenciar sobre determinados fatos e não querer vir a público bancar os imaculados. O silêncio pode ser mais honesto.
Foi por esse motivo que há um tempo atrás jurei que não voltaria a escrever neste blog assuntos opinativos e me concentraria apenas na história avaiana. Falta estômago para discutir assuntos que vão além do "O Avaí vai jogar, eu vou!".
Tô fora, cansei da blogosfera ou pelo menos desse formato. Como diz o Marcelo, quero meu futebol de volta, subir nas arquibancadas, torcer e ir pra casa. Relembrar a memória do clube e dormir.
Defender o Avaí é justo e louvável. Ignorar tramóias de bastidores para poder seguir em frente às vezes é necessário e o silêncio é compreensível. Mas, vir a público se fazer de imaculado é hipócrita e desprezível. Para quem critica tanto a soberba da mídia e do outro lado da ponte, falta espelho em casa.