Noutra época, um torcedor de Florianópolis optar por um time do Rio de Janeiro ou de São Paulo era coisa normal. Eram estes os clubes que gozavam de prestígio nacional e que apareciam nas vitrines da mídia, enquanto os times dos menores centros não tinham o mesmo espaço. Em razão disto, torcia-se, corriqueiramente, por um grande time do centro, em nível nacional, e, concomitantemente, por um time em escala regional. Reflexo da (in)cultura nacional de se virar sempre para onde o vento sopra, de seguir a maioria incondicionalmente, de sempre optar pelo lado vencedor, seja qual for ele.
Entretanto, tem-se que, nos últimos anos, o mencionado cenário sofreu uma verdadeira
revolução. O crescimento dos outrora pequenos centros e o nivelamento das equipes do futebol nacional fizeram com que os pequenos crescessem, suas torcidas amadurecessem e, consequentemente, se fideliza
ssem a uma paixão única. As massas dos clubes alheios ao eixo se rebelaram, pregando o orgulho de pertencerem às terras que pertencem e de torcerem para as equipes que torcem, mesmo que sejam menos charmosas ou gloriosas que as terras e equipes do centro.
No ano passado, faixas de
"Vergonha do Nordeste" apontadas para a torcida do Flamengo puderam ser vistas no Barradão e na Ilha do Retiro. No corrente, a frase
"Filhos da Mídia" foi a escolhida por adeptos do Coxa, no jogo contra o Corinthians, e do Vitória, nesta semana, versus
o Flamengo, para ilustrar esse sentimento de revolta com os que traem as cores de sua terra natal.
No Avaí, o movimento segue a mesma direção: Enfrentando - e vencendo - os gigantes, o alviceleste ilhéu se coloca em pé de igualdade, impondo-se como grande. Sua torcida, da mesma forma, amadurece gradativamente, desfaz-se da síndrome de inferioridade que sempre lhe acometeu e, com o tempo, compreenderá, toda ela, que não faz sentido renunciar à
avaianidade para se curvar diante do que é de fora.
E tu, concordas? Ou não?