Postado por: Felipe Matos fevereiro 17, 2010

Dando corda para o assunto puxado pelo João Jr. no post anterior, a impressão que eu tenho é que a torcida avaiana - responsável direta pela manutenção do time na Série B de 2007, quando pela qualidade do elenco a Série C era mais do que provável - anda aborrecida por não estar sendo aproveitada. É quase uma Síndrome de Odair, aquele atleta amuleto que salvou o time com um biquinho largo em diversas ocasiões e que na hora de aproveitar o filé mignon ficou de fora.

A intenção, óbvio, não é questionar a escalação de Odair, que não tinha realmente vaga no time titular do ano passado. O que pretendo aqui é chamar a atenção para essa "embirrecida" da torcida, chateada com o desmanche do time após promessas ao contrário, com o grande aumento das mensalidades que afastou os setores mais populares do estádio e pelas ladainhas de sempre a que a torcida avaiana se sujeita para poder acompanhar o leão, desde as intermináveis filas ao atendimento deficitário da secretaria do clube, da falta de preparo de alguns funcionários terceirizados, do serviço de alimentação, o desencontro de informações, uma imprensa comprometida com contratos assinados com o time do lado de lá, etc, etc, etc.

Para complicar, com o desmanche do time não houve o tempo necessário para uma nova equipe ganhar corpo, com o time de Chamusca se montando e desmontando ao longo de todo o primeiro turno ao gosto das contusões e deficiências físicas. Era necessária uma dose extra de paciência da torcida, mas com todos os motivos já expostos, muitos não tiveram paciência e logo surgiram as vaias. Não gostaria de pensar isso, mas pelo o que estou sentindo tem até avaiano torcendo contra o time, para no final poder dizer: "eu não disse, eu não disse?"


Ambos os lados tiveram seus motivos para tomarem suas decisões - erradas ou não -, tanto a Diretoria quanto a torcida. Mas, em minha opinião, chegou a hora de virar a mente em algo producente. Aos torcedores sobreviventes ao aumento proponho passar uma borracha em tudo, deixar de ler jornal hoje e amanhã, esquecer os comentaristas de rádio e televisão, esquecer blogueiros criadores de polêmicas desnecessárias e ir para a Ressacada de cabeça limpa e desintoxicada.

Imaginemos que o campeonato catarinense comece amanhã, contra o Atlético de Ibirama. Vamos criar uma corrente positiva, uma vanguarderização da torcida, em alusão a Vanguarda Alviceleste, a primeira a pular e a última a desistir em todos os jogos, ganhando ou perdendo. Vamos usar a lógica das sociedades de auto-ajuda e pensar "só por hoje" em esquecer os corneteiros que vaiam Chamusca. Leonardo perdeu um gol, Patric errou um passe, Zé Carlos espalmou a bola? Só por hoje - ou amanhã - não vamos parar de apoiar o time. Seremos mais Vanguarda e menos Miguel Livramento!

Chamusca demorou a colocar o Medina, o Roberto, o Vandinho, o Rudnéi, o Batista e o Sávio na partida, embora só possa realizar três substituições? Só por hoje vamos apoiar então os que estão em campo. Estão errando, está devagar? Vaias só irão piorar. Se por uma rodada - a semifinal do primeiro turno - conseguirmos apoiar incondicionalmente o Avaí, esse time só tem a crescer e a vitória certamente virá. Se não for na técnica, será na mística da camisa 12 que entra em campo e leva o time pra cima.

No entanto, se a vitória não vier quando o Célio Amorim apitar o fim do jogo, então vaie se quiser. Não sejamos Polianas, fale mal, grite, vaie, só não agrida ninguém ou jogue objetos no campo. A hora de criticar é a hora em que a partida termina. Antes disso, só por hoje nos tornaremos otimistas incorrigíveis, daqueles que gritam mais quando tomam gol, que pulam mais quando a bola bate na trave, que cantam mais quando Célio Amorim não marca um pênalti. Por uma torcida vanguardeira e feliz por fazer a sua parte a despeito das dificuldades de sempre, vamos a campo amanhã levar o leão da ilha à final do primeiro turno.

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