Dão, "o bom baiano", foi
campeão do Catarinense de 1997, formando o trio de ataque com Claudiomir e Jacaré.
No ano seguinte, em
1998, Dão foi
campeão da Série C, conquista que nos orgulhará para sempre, fazendo parte do ataque ao lado do grande Paulo César. Neste ano, também fez parte do elenco campeão dos dois turnos do Campeonato Catarinense.
Em
1999, Dão, agora incontestavelmente o craque da equipe, marcou dois gols no
clássico da Copa do Brasil, onde eliminamos o Figueirense, e também foi ícone da brilhante caminhada do Avaí no Catarinense daquele ano, sendo o melhor jogador da final do torneio, o
"Assalto do Século", onde marcou o tento alviceleste - o que não foi anulado. No mesmo ano, participou da campanha avaiana na Série B, sendo destaque daquele Avaí que terminaria eliminado pelo Bahia, de Uéslei.
Em
2000, o atleta disputou mais uma temporada com a camisa alviceleste.
Dão não era só um dos jogadores mais vitoriosos do Avaí.
Ele era um símbolo do elenco avaiano. Ele representava o time do Avaí. Era uma espécie de Lauro, do Juventude, ou Sérgio Alves, do Ceará, atrelando seu próprio nome ao
Avaí dos anos 90.
Seus feitos foram, por certo, suficientes para eternizar seu nome na história avaiana. Outros com menos conquistas e passagens marcantes que o bom baiano alcançaram o status de ídolo do clube alviceleste, e Dão o faria facilmente, cravando seu nome no
hall dos maiores ava
ianos da história.
Acontece que, após toda essa bela história com o manto avaiano, Dão, no estágio derradeiro de sua carreira, optou por transferir-se ao cô-irmão do além-pontes, em busca do grande salário que aquelas
letras o proporcionariam. Não dando a devida importância para o impacto que isto causaria na sua imagem,
foi jogar no maior rival do clube aonde ele havia feito história.
Já no time do estreito, Dão, quando jogando contra o Avaí no Clássico de 2001, onde se disputava o acesso à Série A, sofreu uma entrada violenta do volante avaiano Perivaldo, e saiu de maca. Nunca me esquecerei: Quando era carregado pelos maqueiros, do lado de fora do campo, à frente da torcida avaiana, Dão sofreu uma chuva de moedas, acompanhadas dos tradicionais gritos de "mercenário!", e reagiu beijando o escudo do time da árvore. Com aquele ato de ironia e escárnio, Dão, símbolo do Avaí dos anos 90,
manchava seu nome para sempre perante a torcida do Leão da Ilha.
Para alguns, seus feitos o levaram ao status de ídolo azurra. Para outros, no entanto, o deslize cometido no fim da carreira pulverizou seu nome da história avaiana.
Afinal,
Dão é ou não é ídolo do Avaí Futebol Clube?
Já aposentado e longe dos jogos oficiais, atualmente Dão investe na carreira profissional de seu filho, que já tentou jogar nas categorias de base do Figueirense, mas foi dispensado. Dão é ídolo na cidade de Sento Sé, município do norte baiano, onde inclusive empresta seu nome a um torneio de futebol amador promovido pela prefeitura local, a Taça João Carlos Rocha (foto ao lado).