Publicamos ontem o vídeo "Não pergunte o que o Avaí pode fazer por você agora." Foi imensamente bem aceito, mostrando que a nação avaiana, mesmo magoada com seu Clube, ainda e sempre irá apoiar
o time. Mas, assim como o
Alexandre Aguiar, que foi buscar logo a resposta do que o Avaí pode fazer por nós, ficamos todos ressabiados ao pensar sobre o momento atual, de por agora pensar mais no que podemos fazer pelo Avaí do que esperar alguma contrapartida.
Quem acompanha o blog ou o Twitter do vidAvaí conhece as posições destes blogueiros. Sabe que, se há uma bandeira levantada aqui desde o início de 2010, é contra a política adotada pelo Clube, que deixou de enxergar seu torcedor como parte ativa do crescimento do Avaí. Se há oposição à atual Diretoria, nós estamos nela. É estranho, então, que aqui também se tenha uma forte vertente de apoio ao Avaí? Não.
Primeiro, é preciso entender que jogar bom futebol é, dentre outros fatores como treinamento e disposição tática, uma questão de motivação. Jogar futebol é uma atividade criativa. O que vem das arquibancadas, se não ganha jogo, com certeza perde jogos.
Jogador de futebol é, sim, uma criatura um tanto mimada: ganha muito e ainda precisa do seu apoio quando não alcança suas metas, coisa que o chefe de poucos toleraria. Mas a cobrança, diferente do que acontece em empresas e no mundo empresarial, não vêm de dentro. Ela vem de fora. Um desempenho sofrível numa temporada simplesmente é uma mancha na carreira de qualquer um, vem dele o que pode trazer o sucesso ou o fracasso futuro.
Pouco importam as fortunas recebidas por jogadores para vestir a camisa do Avaí se estes não sentirem-se à vontade com ela. O resultado dessa cobrança fria, tão ouvida nos últimos tempos, de que jogador é pago para jogar, portanto o grito de apoio não é necessário, é justamente o inverso do pretendido. Como todo profissional criativo, jogador de futebol depende muito de pressão e confiança para atuar com excelência. Esse é o papel da torcida. Apoiar, fazer do seu estádio um caldeirão que encha de confiança os seus jogadores e ensurdeça os adversários. Se a raça e vontade de vencer não vierem, reclame-se. A torcida do Avaí é suficientemente inteligente para diferenciar um time sem vontade de um time ruim.
Dentre os fatores que nos levam à oposição a administração de João Nilson Zunino no Avaí, está a desvalorização do calor humano que a torcida avaiana tem de sobra, principalmente se dentro do seu templo sagrado. O nosso ímpeto inato de avaiano, de apoiar antes, durante e depois dos jogos, foi preterido pelo poder de nossos bolsos.
Uma palavra de apoio ao time, que não tem culpa de ser mal montado, mal treinado e ainda por cima limitado tecnicamente, não deveria trazer tantas inquietações como estão trazendo agora. Mas o senhor João Nilson Zunino teve o lampejo genial de desvalorizar também nossa inteligência, ao achar que teríamos o mesmo ânimo de ir à Ressacada sabendo que estamos sendo explorados por termos conquistado o que almejamos durante 88 anos de história.
Foram 9 meses simplesmente injuriados em nossas cadeirinhas alugadas da Ressacada
assistindo ao show de erros da Diretoria, sendo agentes
passivos de erros repetidos desde 2010 à exaustão. Não, não deixamos de ser oposição. Mas não abriremos mão de tentar salvar nosso time mais uma vez do rebaixamento. Questão de honra e inteligência.