Ombudsman ou ouvidor? Para a Associação Brasileira de Ouvidores (
ABO),
os dois termos podem ser usados, pois são praticamente sinônimos. O
termo ombudsman é aplicado na iniciativa privada, enquanto o de ouvidor,
na administração pública. Sua função básica é ser representante do
cidadão/cliente, estabelecendo um elo imparcial entre a instituição e
seus clientes/cidadãos, de forma a receber suas reclamações, sugestões e
solicitações. Cabe ao ouvidor/ombudsman encaminhar as recomendações ou
críticas à instituição.
Segundo Philip Kotler, em seu livro
Administração de Marketing, “uma instituição pode perder até 80% dos
seus clientes muito insatisfeitos; 40% dos insatisfeitos; 20% dos
indiferentes; e talvez 10% dos satisfeitos, mas, quanto aos clientes
muito satisfeitos, apenas 2%.”
Quanto aos clientes muito
insatisfeitos, 95% não reclamam; simplesmente mudam de organização. Ou
seja, se o cliente reclama é porque ele se preocupa em continuar seu
cliente.
Kotler afirma: “Dos clientes que registram uma reclamação,
entre 54% e 70% voltarão a fazer negócios com a organização se suas
reclamações forem resolvidas. O percentual chega a 95% se eles sentirem
que foram atendidos rapidamente”. Mas, infelizmente, a realidade é que
apenas metade dos que reclamam, afirmam receber uma solução rápida e
satisfatória para o problema.
Outra estatística importante é que,
em média, um cliente satisfeito conta para 03 (três) pessoas sobre a
experiência positiva na sua empresa. Ao passo que um cliente
insatisfeito relata para 11 (onze) pessoas sua experiência negativa.
Diante disso, o ombudsman ou ouvidor é
um profissional que destaca-se na criação de eficientes canais de
comunicação com esses clientes, além de estabelecer um relacionamento
com esse cliente/cidadão.
Em seu livro Cultura e Comunicação Organizacional, um olhar estratégico sobre a organização,
de 2008, Marlene Marchiori afirma que “a comunicação adquiriu
notoriedade no campo da gestão organizacional graças ao seu caráter
estratégico, que vem sendo reconhecido especialmente pelas empresas que
se propõem a acompanhar as transformações e abrir suas portas para os
diferentes públicos com os quais se relacionam.”
E por que acredito que o profissional de
Relações Públicas seja o mais apto para cuidar desse setor? Porque o
Relações Públicas além de conhecer os seus públicos é o responsável pelo
planejamento de ações e estratégias voltadas à comunicação.
Além disso, segundo Marchiori (2008), “o
trabalho do Relações Públicas está na criação de um processo de gestão
de relacionamentos que estimulem as empresas a evoluir em diferentes
perspectivas. A atividade do RP analisa, interpreta e avalia opiniões e
expectativas. Portanto, criar, monitorar e avaliar relacionamentos.”
As redes sociais firmaram-se como mais
uma forma desses clientes se manifestarem. As organizações se
diferenciarão a partir do grau de envolvimento que elas terão com esses
clientes/cidadãos.