Vejamos como repercutiu na blogosfera avaiana a derrota de ontem: André Tarnowsky, do
Blog da Chuleta, achou decepcionante e um desrespeito com a torcida; a
Kátia perdeu a paciência e disse que temos um time e um técnico de série B, teimoso; o
Blog Coração de Leão acha que o momento é de união e reação, não de confusão; o
Sou Corneteiro lista jogadores que não poderiam vestir a camisa avaiana; o
Blog do Totô clama por contratações; para o
De Virada chegou a hora de mudanças; para o
Nobre Azurra Silas é o culpado; o
De Canhota diz que somos pequenos ainda e alerta para não cairmos no jogo da imprensa; o
Esteves Júnior diz que é complicado aguentar fila, juiz medíocre e a teimosia de Silas; o
Resistência Avaiana reclama do juiz e da apatia do grupo; o
Sacode a Ressacada diz que é uma vergonha; e, o
Avaixonados pede a opinião dos leitores...
Ainda há outros blogs, mas que ainda não se atualizaram com relação ao jogo de ontem...
Mas, o que terá mudado tanto entre o Avaí que poderia ter vencido Atlético/MG, poderia ter vencido São Paulo, poderia ter vencido o Coritiba, poderia ter vencido o Flamengo, para o Avaí deste domingo? De uma hora para outra aquele time que faltava pouco para engrenar agora ouve coros de “
ô ô ô, queremos jogador?”.
O que mudou foi a
atitude. Antes, tínhamos um time empolgado pela ascensão e pelo título, um time com sangue nos olhos pronto para demonstrar ao Brasil que,
sim, eles podiam disputar a série A, um time que seria a reedição do Paraná da L.A. Sports, surpreenderíamos e poderíamos chegar à Libertadores!
Hoje, temos um time do “
poderia”. Poderia ter vencido Atlético/MG, poderia ter vencido São Paulo, poderia ter vencido o Coritiba, poderia ter vencido o Flamengo... E a frustração do “poderia” é demonstrada em campo, onde além de enfrentarmos onze jogadores, enfrentamos nossas limitações e arbitragens ultrajantes. Ao não conseguirmos suplantá-los, vem o abatimento, a
apatia em campo, os 3 a 0 contra o Palmeiras.
Começamos bem, como sempre, não fizemos o gol, como sempre, sofremos com sucessivos erros da arbitragem, como sempre, e tudo se perde num pênalti (existente ou não). Abatidos, vem mais erros de arbitragem, a agonia dos gols perdidos, erros de passe, mais erros de arbitragem. A torcida perde a paciência,
vaia. Perde-se a cabeça e a partida.
Mas, a mera
psicologia não explica a derrota. Silas, com sua coerência e lucidez de sempre, explicou com todas as letras o que acontece com o Avaí. Ao final da partida Silas
disse que todos tem os seus limites, a comissão técnica está no limite, os jogadores estão no limite, a diretoria está no limite.
Explica-se, ponto por ponto. 1) A
comissão técnica está no limite pois não pode fazer mágicas, Silas trabalha com o que tem. Reclamávamos de Marcos Winicius, mas quando ele saiu percebemos que a culpa não era dele. Queríamos ver Xaves e Xaves não apresentou nada espetacular, embora o tempo não seja o suficiente para analisarmos.
Silas e sua comissão trabalham com as peças que têm. E, apesar de homem religioso, ele ainda não faz milagres... Certamente terá que aprender na marra a montar a equipe para disputar a Série A.
2) Os
jogadores estão no limite. Lima não perde os gols porque quer. Perde porque não tem capacidade de fazê-los. Fazer gol no Nivaldo, da Chapecoense, não é fazer gol no Marcos, do Palmeiras. Não á toa essa é uma característica sempre lembrada no agora contestado Ferdinando: ele chuta bem. Tirando um ou outro jogador que se mostra mais apático, quase todos os jogadores estão sim, suando a camisa, estão lutando, mas o desequilibrio emocional e os seus
próprios limites técnicos, os transformam até o momento no time do "quase".
3) A
diretoria está no limite. Qual papel cabe a diretoria?
Contratar, pagar e cobrar. Ano passado fizeram das tripas o coração para montar uma equipe competitiva, manter os pagamentos em dia e conquistar o acesso contra clubes que na própria Série B já tinham orçamento maiores do que o Avaí. Vejamos os outros 3 times que subiram: o orçamento do
Corinthians deveria ser maior do que quase todos os times da série juntos!
Barueri e
Santo André são times de prefeitura e empresários do rico interior paulista. Não tem torcida e nem tradição, mas tem grana, podem pagar, por exemplo, pelos gols de Pedrão.
Qual a renda do Avaí? Patrocínios, sócios, bilheteria, licenciamentos. É difícil, muito difícil contratar
medalhões com este dinheiro e ainda manter a folha em dia. É mais fácil quando se tem milhões no caixa (2) para se lavar no futebol. Mas, (felizmente) este não é o caso do Avaí.
Contudo, quando se tem
pouco dinheiro é preciso pensar duas vezes antes de se gastar. O Avai já tinha um grupo grande antes do início do Campeonato. Será que havia a necessidade de assinar contrato com mais jogadores de
nível médio e
apostas do que aqueles que o Avaí já tinha no elenco? É mais fácil - para um time sem dinheiro - apostar num volante "promessa" como Dimas (já emprestado para o Mirassol) ou num volante como Marcos Paulo, da base? Trazer Leandro Bambu ou ficar com Fábio Fidélis? Thomáz ou Medina?
Tudo está perdido, então? É claro que não.
Moisés Candido disse ao final do jogo contra o Palmeiras que a solução não está em contratações, a solução está dentro da própria Ressacada. Ainda acho que falta
MUITO POUCO para o Avaí engrenar. São poucas as peças carentes. Temos uma boa espinha torçal composta por Martini, os zagueiros, Léo Gago, Marquinho, Muriqui... Mas, temos que fazer nossa autocrítica.