Goste-se ou não, o Vasco da Gama fez história no futebol nacional e mundial. Foi o primeiro a aceitar negros e operários em seu time, além de eleger o primeiro presidente não-branco da história dos clubes esportivos nacionais. Time de muita tradição e glórias, coube ao Vasco também a origem do termo gandula.
Nascido em 1 de março de 1916, Bernardo Gandulla, foi um jogador argentino que jogou no Vasco, em 1939. Ele era meia esquerda e não estava relacionado no time titular. Tentando ser o mais útil possível para chamar a atenção do treinador do time, toda vez que a bola saía do campo de jogo no treino, ele ia o mais rápido que podia buscá-la para o treino não parar. Queria mostrar, além do espírito de grupo, que estava em forma e agradar ao técnico. Ou seja, puxar o saco.
Além do Vasco, Gandulla jogou no Ribver Plate, Auxerre e manchester City, chegou a fazer uma partida pela seleção argentina e, já como tecnico, foi treinador do Boca Junior, entre 1957 a 1958.
Como o Vasco era o grande time brasileiro das décadas de 40 e 50 e o Maracanã recém construído tinha o fosso, onde a bola geralmente ia parar, logos os repositores por influência direta do ocorrido nos treinos do Vasco com o argentino, foram apelidados de "gandulas", pelos jogadores cruzmaltinos.
Na epóca, a imprensa carioca, sempre irreverente, tirava onda, ainda mais que o cara era argentino. E pela influência que o futebol carioca (e sua imprensa) exercia no período, o apelido acabou pegando.
Gandulla faleceu em 1999, mas os gandulas serão eternos. No início, crianças ficavam como gandulas, depois garotos dos times juvenis. E nunca uma regra ficou pré-estabelecida. Apenas que sete gandulas devem repôr as bolas, face a exigência da FIFA de se ter sete bolas ao redor do campo para o jogo ser paralisado o minímo possível, por orientação das emissoras que transmitem os jogos.
Duas regras básicas da cartilha dos gandulas é atrasar a reposição quando o time da casa está ganhando e repor como The Flash quando o time está perdendo.
Mas, de vez em quando, eles extrapolam em serviço como demonstram os vídeos abaixo:
Era para rir, se não fosse para chorar.
(Fonte: Maldita Futebol Clube. Foto maior: Revista Cine argentino, Março de 1941 - Bernardo Gandulla, Evita Peron. Foto menor: Bernardo Gandulla.)