Desde a histórica campanha de 1998, a qual culminou no título nacional da Série C, o Avaí tentou, na segunda divisão nacional, o acesso à Série A, alcançando-o dez anos depois. O crescimento do clube, sua profissionalização e o amadurecimento de sua torcida se deram de forma rápida: de minúsculo e nacionalmente insignificante, nosso clube passou a ser um dos
vinte melhores do Brasil.
Para galgarmos esse posto, todavia, uma penosa caminhada na Série B teve de ser realizada. Foi dolorosa a caminhada principalmente porque víamos, durante maior parte desse tempo, nosso arqui-rival na elite.
"Rumo à Série A", dizia nosso
marketing.
Disputamos 10 campeonatos da Série B. Na maior parte deles, brigamos pelo acesso, mas, em 9 consecutivos,
fracassamos. Vivemos, naquela divisão, momentos históricos. Vim
os o corajoso Avaí, de Dão, ser eliminado para o Bahia, de Uéslei. Nós vimos o time alvi-verde-negro-rosa subir após uma invasão de campo, enquanto, depois de sermos vítimas dum indignante cai-cai, falhávamos em Belém. Vimos o time tomar 6 x 1 do Palmeiras, em casa, num jogo que decidia nossa vida no torneio. Vimos o quase-acesso de 2004, lembrança que ainda provoca alguma emoção. Vimos um time que, classificado à fase seguinte após um emocionante gol nos derradeiros instantes de jogo, não venceu nenhuma partida no quadrangular semi-final. Vimos um quase-rebaixamento em 2007. Por fim, vimos, em 2008, um time que encantou, conquistando o tão sonhado acesso à Série A. Vimos Cedenir, Fantick, Alex Rossi. Vimos Jackson, Milton Maluco e Calmon. Vimos Brenner, Oliveira e Marco Túlio. Vimos Batista, Marquinhos e Evando. Qual torcedor que vivenciou isso tudo não se emociona? Impossível, pois todos esses fatos surgem à mente, como um filme...
Nesses anos todos, nos emocionamos: torcemos, comemoramos, choramos, tudo por uma causa só: Queríamos o Avaí na Série A.
Agora, amigos, que estamos no topo, que alcançamos o nosso objetivo, que
realizamos nosso sonho maior, alguns, passado pedaço da competição, querem jogar a toalha, pois conformados com nosso regresso à Segundona, como se esse fosse o nosso inevitável destino.
Pois não é, se não deixarmos ser.
Críticas, protestos e demais ações que demonstrem a insatisfação são válidos, desde que realizados com o objetivo de ajudar o Avaí, e não como mero esperneio desprovido de objetivos concretos.
O importante é não abandonar o nosso Avaí.
Não façamos os anos de aprendizado na Série B inúteis. Honremos os guerreiros que deram suor e sangue pra concretizar nosso sonho.
Não abandonemos nosso Avaí, pois é inconteste que nosso apoio é fundamental. Façamos isso em nome de nós mesmos, que choramos - de alegria ou tristeza - pelo Avaí, que o acompanhamos todo esse tempo, que enfrentamos todas as dificuldades, que sonhávamos com a Série A, agora realidade.
Colhe-se da sabedoria popular:
"Só se reconhece um amigo na hora do perigo". Peço permissão pra adaptar o dito, de forma a ilustrar o presente texto:
"Só se reconhece um torcedor de verdade na hora de dificuldade".
E você, vai abandonar aquele que já tratou, outrora, como sendo sua
"paixão pra toda vida", conformado com seu descenso à Série B, torneio que, como nos mostrou nossa experiência decenal, é dificílimo de se conquistar? Vai dar desculpas, esquivar-se do seu papel de torcedor, esperar que a maré mude pra voltar a se dizer torcedor do Leão?
Ou estará, junto comigo e tantos outros teimosos, junto ao time, chova ou faça sol, vencendo ou perdendo, Quarta-Feira ou Sábado, na liderança ou na lanterna, pra, pelo menos, poder dizer que tentou até o final, que honrou a condição de torcedor do Avaí Futebol Clube?
Lembremos, torcedores avaianos: Este era o nosso sonho!