Postado por: Rafael VE agosto 17, 2009

Modificando uma frase célebre de Salles Junior: Quando tudo parece perdido, brilha a estrela do Avaí. Gosto muito de usar essa frase ao falar do Avaí. Da diretoria ao torcedor, passando pelo time, nós somos definitivamente herdeiros de uma tradição que só pode nos orgulhar. A capacidade de vencer em meio ao caos do fracasso iminente é uma característica nossa.

Marquinhos Santos é um símbolo disso. Por isso, Marquinhos Santos é um chato. Além de ser um craque, um gênio da bola, mané e avaiano de coração, claro. Mas é um baita de um chato. Só um corneteiro como eu pode dizer isso de boca cheia.

Por mais que ele insista na bola parada, que o Avaí não faça um gol de escanteio cobrado por ele há tempos ou que uma falta direta dele sequer chegue no goleiro, não dá pra negar: Marquinhos tem o dom de calar os críticos.

Se há um jogador que está sempre "estigmatizado" com a torcida, esse cara é Marquinhos - curiosamente, "só" um dos maiores jogadores da História do Avaí. Talvez seja assim porque sempre se espera um pouco mais dos ídolos, talvez porque ele dá muita bola para a unanimidade. Já vi ele sair de uma partida pífia sendo aplaudido e tendo seu nome berrado por todos os setores da Ressacada. Pois, esquecendo disso tudo, preferiu escutar a "4 ou 5" que o vaiaram no último jogo e dizer que depois tiveram que o aplaudir. Definitivamente, um chato.

Mas, antes fosse isso o pior. Chato mesmo é admitir que ele está certo. Eu sou um dos caras que não aguenta mais ver o Marquinhos batendo falta ou escanteio: NÃO DÁ MAIS. Só nunca o tirarei da condição de ídolo que conseguiu alcançar no Avaí. Por mais um motivo ainda: desde que voltou ao Avaí, já conquistamos Acesso, Catarinense e uma boa campanha na Série A até agora - sem contar o inesquecível créu no time das Letras. Aliás, sabe aquele hematoma ali? É, o cara nos presenteu com o Catarinense suportando aquela "pequena lesão" ali.

A impressão que tive quando ele deu tanta importância aos 4 ou 5 é a de que Marquinhos acha que está no umbigo do mundo, mas todos sabemos que são bem mais de 50, ninguém duvidará de que sejam mais de 500 os que a cada toque errado dele já estão reclamando e xingando-o de tudo. Mas, pensando um pouquinhos mais, Marquinhos está certo em dar atenção aos corneteiros. Eles estão virando um problema crônico da Ressacada.

Essa é a principal diferença da Ressacada de 2008 para a de 2009 , a quantidade de corneteiros. Tinhamos uma torcida que ia com um só objetivo, cantar e apoiar. Agora, cada vez mais corneteiros ficam ali nos nossos ouvidos falando besteiras sobre quem nos deu tudo que queriamos até agora. Pior: só vão porque agora somos Série A.

Não conversei com nenhum jogador para afirmar isso, mas acho que eles estão querendo mais apoio. Lembra quando dissemos "mostrem raça e apoiaremos"? Pois agora, 9 jogos invictos depois, já passa da hora de mostrar o apoio INCONDICIONAL.

Deve ser decepcionante fazer uma campanha brilhante e não ver a casa cheia mesmo com promoção de ingressos somente porque há um jogo contra o Flamengo no mesmo mês: se o torcedor dá importância ao adversário, por que o jogador não pode estar sujeito a isso também? Deveria ser uma via de mão-dupla, só cobrar do jogador o que tu também pensas. Não adianta querer que todo jogo seja encarado como uma final se a torcida não encarar assim também. Jogador de futebol está sujeito ao ambiente, afinal também é humano: vamos criar um clima melhor?

Vejamos o caso do Marquinhos. A reclamação aparentemente infantil mais foi um pedido sútil de apoio do que qualquer coisa.

Sabendo tudo que sabemos de que ele é capaz, não importará se em certos momentos parece que a preguiça pegou no coro do Anjo Loiro da Ressacada ou se os passes errados estão numa média superior ao que poderia ser: quando tudo parece perdido, brilha a estrela do Avaí. Marquinhos é mais um de nós dentro de campo, portanto a esperança só morre depois de Marquinhos.

Cornetas, deem um trégua. É a única conclusão a se tirar disso tudo. Ou não?









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